Bons tempos aqueles, que Alícia vinha me
amar.
Lembro-me que era só ela chegar
E tudo em mim pulava de alegria.
Aquele rosto lindo, aquele olhar perfeito
Me faziam ver o mundo de outro jeito
E em meio seus encantos eu me perdia.
E então a noite escura descia sobre nós
Que embaraçados sobre os lençóis,
Voluptuosamente a sonhar,
Incautos, naquele momento tão sublime,
Convictos que amar não era crime,
Quebrávamos o silêncio a suspirar.
E quando o sol vinha surgindo na colina,
Ela me olhava com um jeitinho de menina
E dizia: Amor, agora eu devo ir,
O sol molda a manhã com grande zelo,
Vê seus raios dourando meu cabelo!
Mais um beijo, só mais um e vou partir.
E eu lhe pedia encarecido: por favor, não
vás embora,
Nota como está frio lá fora
E de te amar eu quero outra chance.
E Alícia respondia num sorriso: ―Meu amor,
então eu fico,
Não quero ver tua vida em perigo,
Deixa o sol desnudar nosso romance.