A
vida é mais gostosa
Nos
braços de uma mulher,
Quando
ela é carinhosa
E
sabe bem o que quer.
Da
vida eu me esqueci,
Pra
mim mais nada existia,
Nem
sequer eu percebi
Que
o tempo escurecia.
Uma
grande tempestade
De
chuva, raio e trovão
Inundou
de felicidade
Meu
romântico coração.
Fui
para o céu de repente,
Diante
da doce prenda,
Quando
a vi em minha frente
Só
de calcinhas de renda.
Aquele
bumbum sarado,
Aquela
pele macia,
Aquele
olhar safado,
Jeitinho
de quem queria,
Então
eu entrei na dança
Sem
preconceito e sem medos,
Me
sentindo uma criança
Numa
loja de brinquedos.
Mas,
eu nem acreditava
Que
aquilo estava rolando,
E
a mim mesmo eu perguntava:
―É
verdade? Estou sonhando?
Tudo
o que eu tinha sonhado
Na
exatidão da ciência,
Mas,
elevado ao quadrado,
Ao
cubo, ou outra potência.
Era
muito fascinante
Tudo
o que eu estava vendo,
Eu
tive naquele instante
A
sensação de estar vivendo...
Loura,
bonita e charmosa,
Olhos
azuis cor do céu,
Muito
meiga e carinhosa,
Lábios
doces como mel.
Seus
seios sob medida:
Nem
grandes e nem pequenos.
Taça
cheia de bebida,
De
remédios ou venenos!
Mais
perfumada que a flor,
Mais
perfeita que a lua,
Me
apertava sem pudor,
Já
completamente nua.
Sem
nenhuma restrição
De
nenhum jeito de amar,
Ela
ardia de paixão,
Não
conseguia parar.
Viajei
no seu corpinho
Naquele
conto de fada,
Sem
me perder no caminho
Da
fruta mais cobiçada.
Foi
a noite mais feliz
De
toda a minha existência,
Tudo
o que eu sempre quis
Na
exatidão da ciência.
Aquela
doce-adolescente
Me
levou pro paraíso,
Eva
ouvindo a serpente
E
eu, Adão sem juízo.
A
madrugada chegou
E
ainda restava desejo,
Então
a tormenta passou
E
naquele doce ensejo,
Tudo
estava colorido:
O
céu, as estrelas, o luar...
E
do seu corpo despido
Um
perfume a exalar.
Não
sei se perfume de amor,
Ou
perfume de pecado,
Se
pecado tem odor,
Ou
se amor é perfumado,
Só
sei que seguimos sem pejo
Até
o dia amanhecer,
Mistura
de amor e desejo,
Que
gostoso de fazer!
Aquele
anjo pequeno
Do
cabelo cacheado
Me
fartou com seu veneno,
Que
veneno delicado!
Me
levou pro paraíso,
Me
fez comer a maçã,
Me
deu tudo o que eu preciso
No
seu colo de divã.
Aquela
noite passou
Mas
nunca vou esquecer,
Pois
em meu peito marcou
Doze
horas de prazer.
Não
sei se além dessa noite
Algo
entre nós inda existe,
E
a saudade como açoite
A
me machucar persiste.
Não
sei se a minha linda,
Entre
todos os seus amores,
Perde
o seu tempo ainda,
Lendo
os bilhetes das flores.
Acho
que ao romper do dia
Tudo,
com a noite, morreu,
E
só vive na poesia
O
amor que ela me deu.
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